Seu Imóvel É Um Ativo Ou Um Passivo?

Ter uma casa ou apartamento próprio, sem dúvidas é um dos sonhos e objetivos mais almejados por quase todo o brasileiro.

Essa vontade e desejo faz com que as pessoas coloquem muito esforço e muito dinheiro para conseguir uma casa: desde compras à vista até as financiadas com planos do governo, como Minha Casa, Minha Vida.

Mas a pergunta no final das contas, indiferente do tanto que se pague em uma casa, é: seu imóvel é um ativo ou passivo?

Que o imóvel é tratado como um grande objetivo, não se tem dúvidas. As pessoas reservam dinheiro, entram em contato com financiadoras, procurando sempre a melhor proposta de financiamento, sejam menores juros ou maiores prazos de pagamento. E muitas delas afirmam que essa casa ou apartamento é um investimento. Um ativo. Será mesmo?

Antes de continuarmos vamos definir dois conceitos: Ativo e passivo.

Ativo e Passivo

Vamos deixar de lado o conceito contábil empresarial para a definição de ativo e passivo. Vamos usar uma definição mais prática, dada pelo ilustre Robert Kiyosaki, autor do best-seller Pai Rico, Pai Pobre. Um ativo é tudo que nos gera um recurso a mais, um rendimento. Algo que, no fim das contas nos deixe mais rico, que dê dinheiro. Para exemplificar, quando uma pessoa adquire um CDB de algum banco, ela passa a ter um ativo: O banco pagará para ela uma taxa de juros pelo dinheiro investido. No fim ela receberá todo o dinheiro aplicado mais os juros, ficando assim com mais dinheiro do que quando adquiriu o título.

Já o passivo, na prática visão de Kiyosaki, é tudo que te deixa com menos dinheiro, sem nenhum retorno financeiro. Para exemplificar temos: contas, dívidas, financiamentos, entre outros.

De forma geral, um investimento é um ativo. O dono de um investimento, seja uma simples poupança até uma franquia, receberá dinheiro do seu ativo, se tornando uma fonte de renda.

Deixando claro a visão prática, vamos voltar aos imóveis. Vamos analisar os custos e benefícios de um imóvel que sirva como moradia e então chegaremos à conclusão se são ativos ou passivos.

Custos de um imóvel

Os custos para se ter um imóvel é grande. Além dos preços serem bem altos, há também os custos ligados à compra do mesmo, muitas vezes podendo a chegar até a 4% do valor total do imóvel. Se um imóvel vale R$ 600.000,00 estamos falando de R$ 24.000,00 gastos com escritura, alvará, ITBI, entre outros encargos.

Depois de adquirido o imóvel, há um valor gasto constantemente para manutenção, impostos e uso de serviços.

O IPTU, serviços de água, esgoto, luz, telefone, gás e outros gastos necessários para reforma e manutenção, deixará o imóvel mais caro. Mas isso não é problema, no fim das contas todos esses gastos são justificados pelo real benefício do imóvel, certo? Vamos ver.

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Benefícios de um imóvel

Limitando para casas e apartamentos destinados à moradia, o maior benefício de um imóvel é ter um lugar para morar. Claro que algumas pessoas compram imóveis mais caros por terem poder aquisitivo para isso, mas a função final não será diferente dos imóveis mais simples: moradia.

Em segundo lugar, o maior benefício de um imóvel é o conforto. Imóveis mais caros, geralmente possuem maior conforto por terem maior espaço, localização privilegiada, piscina, entre outros.

O ponto aqui é que não há outro grande benefício de um imóvel a não ser moradia e conforto. Então, todo o gasto citado no tópico anterior será dirigido para esses dois principais benefícios.

Imóvel como passivo

Se levarmos em conta essa abordagem prática, muitas pessoas compram uma casa pensando ser um ativo, mas no final das contas não é. Elas se enganam.

Do ponto de vista financeiro, uma casa que serve como moradia, terá apenas o propósito de lhe servir com conforto e um lugar para morar, mas não trará dinheiro ao seu bolso, apenas sairá, com a compra do imóvel, impostos e contas a serem pagas. Todas esses gastos justificam o benefício de um imóvel, sem dúvidas, mas como um passivo. Não haverá retorno financeiro.

Por isso a compra de um imóvel para morar deve ser muito bem planejada, já que consequentemente os gastos tendem a serem grandes, podendo comprometer boa parte da renda.

Não é incomum encontrarmos pessoas que acabaram se afundando em dívidas com imóveis por não terem um planejamento bem elaborado do orçamento, muitas vezes foram “pegas desprevenidas” pelo valor das parcelas e demais encargos.

Mas você pode discordar com esse conceito, já que um imóvel pode sofrer valorização. Sim, isso é verdade. Dependendo do imóvel, conforme o tempo passa, ele vale mais.

Uma pesquisa do Banco Central revela que o Brasil foi o país que mais obteve valorização imobiliária no mundo após a crise de 2008. Um resumo dessa pesquisa pode ser lida aqui.

Mesmo com toda essa valorização imobiliária, uma pessoa que usa a casa como moradia, não será afetada por ela, já que não planeja-se vender o imóvel em que mora.

Por exemplo: Pode-se ter comprado uma casa por R$400.000,00 e depois de um tempo ela valer R$ 1 milhão, mas de nada adiantará se não ocorrer uma venda para aproveitar essa valorização.

Mas existem imóveis como ativo?  Como você pode estar imaginando, há sim essa possibilidade.

Imóvel como ativo

Pensando nesse ponto de vista prático de ativo ou passivo, o ideal então é transformar o imóvel em um ativo. Assim ele passará a colocar dinheiro no bolso, não mais tirar.

Pessoas que possuem imóveis alugados são um exemplo mais comum do que é ter um imóvel como ativo. Todo mês essas pessoas recebem um valor pelo aluguel, gerando uma renda e sendo reajustado geralmente pelo IGP-M, protegendo assim o dinheiro recebido da inflação.

Entretanto existem pessoas que usam o imóvel como ativo de uma forma um pouco diferente: aproveitam a valorização de uma região, comprando, alugando e depois vendendo-o, ganhando a diferença do preço de compra e venda mais o arrecadado com o aluguel.

Mas há um grande problema em investir em imóveis e usá-los como ativos: eles são caros!

Não é toda a pessoa que consegue efetuar uma compra de imóvel e usá-lo como investimento. Para muitas pessoas é tão difícil se planejar e comprar um imóvel para morar, que a ideia de comprar um imóvel para alugar e obter um rendimento dele parece impossível.

Mas para isso também existe uma solução: os fundos imobiliários.

Fundos Imobiliários como alternativa

Os fundos imobiliários são investimentos que permitem a praticamente qualquer pessoa que possua uma pequena quantia de dinheiro, se comparado a compra de imóvel diretamente, a investir em imóveis.

Com cotas negociadas em bolsa de valor, os fundos imobiliários têm como objetivo de efetuar empreendimentos imobiliários, como shoppings, apartamentos, hotéis, entre outros, e desfrutar de todo o rendimento vindo desses empreendimentos, como aluguel.

Diferentemente de um investimento direto em imóvel, os fundos imobiliários possuem cotas muito baratas (a maioria deles cobram R$ 100,00 a cota na data do lançamento). Uma das maiores vantagens dos fundos imobiliários é que os rendimentos pagos aos cotistas são isentos de Imposto de Renda. Mas essa não é apenas a única vantagem dos fundos imobiliários. Valorização das cotas, excelentes inquilinos e boa liquidez (facilidade de venda das cotas) se destacam e atraem cada vez pessoas para esse tipo de investimento.

Aqui no site você pode ler tudo sobre fundos imobiliários com O Guia Sobre Fundos Imobiliários.

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