Estar com as finanças no vermelho é muito comum hoje entre os brasileiros. Se você também está, não se preocupe. Você não está sozinho.
Cada tempo que passa, as famílias brasileiras vão ficando cada vez mais endividada.
Para se ter uma noção, pesquisas apontam que mais de 55% das famílias brasileiras são endividadas. Bastante gente, não é mesmo?
Por isso aqui vai um guia de como você sair do vermelho, mesmo ganhando pouco.
Para um primeiro passo, antes de falar como sair do vermelho, é necessário entender as dívidas: como elas funcionam e o motivo de elas terem sido adquiridas.
Como as dívidas funcionam
Basicamente todos nós sabemos como a dívida funciona, mas vale relembrar.
Uma dívida adquirida seja ela por financiamento, rotação do cartão de crédito, cheque especial, qualquer tipo, possui duas partes: Os juros e a dívida em si.
Quando há o pagamento de uma dívida costuma-se a pagar uma parte do juros e uma parte da dívida (saldo devedor). Quando a pagamento do saldo devedor é chamado de amortização.
Até aí tudo bem.
Existem vários sistemas de amortização de dívidas, sendo os mais comuns o SAC e o PRICE. Entretanto, não é o foco desse artigo, então continuamos.
Independente do sistema de amortização de dívidas, o problema está quando a dívida não é paga e se torna uma verdadeira bola de neve.
Dependendo do tipo de dívida, entra multa, juros de mora, e muito mais encargos, acarretando um aumento brusco no saldo devedor. E claro, a taxa de juros começará a aumentar ainda mais a dívida.
Quando o saldo devedor começa a aumentar devido o não pagamento da dívida, os juros compostos entra em ação. Então cada vez mais a dívida aumenta em proporções maiores.
Caso os juros da dívida não for pago, ele será somado à dívida e será cobrado novos juros em cima desse saldo maior.
Nós sabemos que atualmente as taxas de juros mais altas são do cartão de crédito e do cheque especial, por isso, todo cuidado com eles é pouco.
Motivo do endividamento
Agora é necessário, analisar friamente, sem emoções, o motivo do endividamento. Esse é o primeiro passo para aprender a como sair do vermelho.
Analisar a razão de ter entrado no buraco nos ajudará a traçar planos e montar metas para que isso não ocorra novamente. Lembre-se que toda a situação financeira pode ser melhorada.
A causa mais comum de endividamentos são as emergências.
Muitas vezes a pessoa entra em um financiamento, por exemplo, contando que sempre terá seu dinheiro todo o mês. Mas pode acontecer de ela ser mandada embora, ou por algum motivo sua renda cair e ela não pode mais arcar com as prestações.
Não apenas isso: um imprevisto também é muito comum para o desequilíbrio financeiro. Quando não se tem um dinheiro separado para emergências, um imprevisto pode balançar a vida financeira de qualquer um.
Entretanto, existem pessoas que se endividam por não saber seus limites. Não sabem quanto ela pode gastar e acaba gastando mais do que ganha.
Uma equação simples não é mesmo? Gaste menos do que ganha. Mas muitas vezes não é nem lembrada e muitas pessoas entram em buracos sem fim.
Por isso analise o que te levou a se endividar. Enxergue isso claramente. E evite repetir a mesma ação.
Prevenção: 5 dicas rápidas que evitarão o endividamento
Sei que esse artigo é como sair do vermelho. Entretanto, para as pessoas que ainda não estão no vermelho quero passar 5 dicas essenciais que ajudarão a deixar as dívidas longes.
Dica 1
Evite dívidas desnecessárias. A maioria das vezes, podemos contornar as nossas dívidas, tendo um pouco mais de bom senso. Apenas se endivide se for realmente necessário
Dica 2
Procure investir para alcançar seus objetivos financeiros. Enquanto o investimento aumenta seu poder aquisitivo, a dívida diminui.
Dica 3
Evite cartões de créditos em excesso. O ideal mesmo é ter apenas um cartão de crédito e com um limite dentro do seu orçamento. A fatura do cartão de crédito tem que caber no seu bolso.
Dica 4
Fuja de cheque especial. Controle seus gastos ao máximo para evitar o cheque especial. Os juros são extremamente altos, assim como os dos cartões.
Dica 5
Tenha uma reserva de emergência. Nunca deixe de fazer uma reserva para atender imprevistos e emergências. Leia o nosso guia de como fazer uma reserva de emergência.
Lembre-se de usá-las sempre para evitar o vermelho no fim do mês.
Como sair do vermelho de uma vez por todas
Antes de entrar no assunto de como sair do vermelho, vale ressaltar que não é fácil. Você precisa de uma boa estratégia e abrir mão de muitas coisas, para que possa recuperar a saúde financeira.
Entretanto tenho certeza que com a dedicação certa e paciência você será capaz.
Orçamento em modo emergencial: redução máxima de gastos
Uma pessoa que está endividada está em um estado de emergência. Ela precisa se livrar das dívidas. Sua renda está comprometida. Nada mais justo do que deixar o seu orçamento em modo emergencial.
Antes de explicar o que é modo emergencial do orçamento, quero ressaltar que é extremamente necessário que a família tenha um bom planejamento financeiro familiar. Tem que haver um controle bem rigoroso das entradas e saídas de dinheiro. Esse é o oxigênio para qualquer família ou pessoa que queira ter uma vida financeira saudável.
Se você quiser pode baixar a nossa planilha de controle financeiro. Ela te ajudará a controlar suas finanças e fará análises automáticas.
–>Planilha de controle financeiro
Voltando ao orçamento em modo emergencial: em uma orçamento existem basicamente dois tipos de gastos: os gastos essenciais e os gastos desnecessários.
Durante o processo de quitação de dívida é aconselhável que todo gasto desnecessário seja banido ou reduzido a quase zero.
Assustador? Não.
- Essa atitude fará que sobre mais dinheiro no fim do mês.
- Você poderá usar o dinheiro do gasto desnecessário para ajudar a quitar as dívidas. Depois com o orçamento equilibrado, poderá retomá-los em até maiores proporções. Mas tudo devidamente controlado.
Já que estamos em uma “operação de guerra” para sair do endividamento, sem dúvidas temos que cortar os gastos. E nada melhor que os gastos desnecessários para serem cortados.
Os gastos essenciais também podem ser alterados
Sim, os gastos essenciais também podem ser alterados.
Dificilmente eles poderão ser cortados por completos como os gastos desnecessários, mas podem ser substituídos e reduzidos.
A substituição dos gastos se dá, geralmente, por produtos inferiores ou substitutos, incluindo também a troca pela marca mais barata.
Por exemplo: deixar de comprar roupas de grifes caras, comprando de marcas mais baratas. Afinal roupa é essencial para a sobrevivência, mas roupas caras não. Deu pra entender a diferença?
Optar por um plano mais barato de telefonia, por exemplo, pode representar uma grande economia ao longo do tempo.
Unindo as mudanças nos dois tipos de gastos, temos uma redução máxima de saída de dinheiro, ou seja, tenderá a sobrar mais dinheiro para quitar as dívidas com as estratégias certas.
Mas nessa parte, o mais importante é ser realista com você mesmo. Não confunda os tipos de gastos, apenas porquê você tem dó de abrir mão daquele restaurante caro uma vez por mês.
Maximizar a renda também é essencial
Para sair do vermelho, maximizar a renda é uma boa ferramenta.
Já que seu orçamento está em modo emergencial e seus gastos reduzidos, sua renda também deve ser maximizada para atender as suas necessidades.
Tudo que queremos em uma situação dessa é que sobre pelo menos algum dinheiro no fim do mês e alguns sacrifícios devem ser feitos.
Para isso, procure alternativas para maximizar a sua renda e até gerar uma renda extra, temporária. Aqui estão algumas dicas para levantar um dinheiro rápido.
- Venda objetos que para você não tem mais utilidade.
- Faça hora extra no seu trabalho para receber mais no fim do mês.
- Aceite trabalhos freelancer para as horas vagas.
- Procure vender algum produto ou serviço que não represente tanto gasto para fazê-los e possuem um bom lucro.
- Ofereça consultoria na sua área de atuação. Vender seu conhecimento pode ser muito lucrativo.
Seja criativo ao maximizar sua renda. Pode ser que depois que essa fase de endividamento passar, você pode continuar usando essas novas formas de ganhar dinheiro.
Estratégias para sair do endividamento
Agora que estamos com a renda maximizada e os gastos cortados o máximo possível, é hora de adotar estratégias que vão ajudar a sair do endividamento.
Lembre-se que cada estratégia aqui apresentada deve ser usada com bastante estudo, assim elas serão mais eficientes.
Algumas das estratégias apresentadas não se encaixam para todos os tipos de dívidas, por isso analise o seu caso para ver quais delas dará mais certo.
A escolha da dívida perfeita. Concentrando o dinheiro para um objetivo.
A primeira estratégia a ser considerada é o foco.
Como vimos anteriormente, uma dívida é composta de juros e o principal (dinheiro realmente devido, sem contar os juros).
Com isso em mente, a dívida que aumenta de tamanho mais rápido é aquela que possui maior taxa de juros. Essa é a pior dívida.
Por isso o primeiro passo é reunir suas dívidas por ordem de taxas de juros e não por montante. E focar na pior delas. Aquela que tem a maior taxa de juros, independente do tamanho.
Use o dinheiro economizado e adquirido com os passos anteriores para quitar a essa dívida.
Mas o que faremos com as outras?
Simples. Evitaremos que cresça.
O pagamento apenas dos juros da dívida evita que a “bola de neve” aumente, deixando o saldo devedor sempre o mesmo.
Então, essa estratégia é dívida em três partes:
- Descubra a dívida que possui a maior taxa de juros.
- Use o dinheiro para quitar essa dívida.
- As outras dívidas impeça que elas aumentem: pague apenas os juros.
Para executar essa estratégia são necessárias duas coisas: paciência e disciplina.
Ela precisa ser seguida a risca, mês após mês e dia após dia. Entretanto, sair do endividamento pode demorar mais do que o desejado, por isso a paciência é fundamental.
Renegocie dívidas
Muitas vezes as dívidas podem ser negociadas, e nós não sabemos disso.
Claro que essas negociações dependem do tipo da dívida e o mais importante: o credor.
Por isso um passo importante é entrar em contato com o credor e informar o interesse da renegociar as dívidas.
As vezes é possível quitações de dívidas com descontos, menor taxas de juros ou até mesmo com prazos maiores.
Entenda o lado do credor: até então ele não recebeu o dinheiro devido. Ele sabe que terá mais chances de receber uma parte dele, fazendo uma negociação, do que deixar as coisas como estão e não receber.
Muitas vezes há muito interesse de recuperar esse crédito perdido. Muitas dívidas podem ser facilmente renegociadas, principalmente as mais antigas.
Entretanto, outras dívidas já são mais difíceis serem renegociadas, como é o caso do cartão de crédito.
Resumindo:
- Entre em contato com todos os credores. Informe-os que há interesse em renegociar as dívidas
- Muitas vezes o devedor se beneficia através de: maior prazo com parcelas menores, menores taxas de juros e descontos substanciais.
O poder da negociação está ao seu favor.
Portabilidade e troca de dívidas
Ok, essa pode ser um pouco mais complicada, mas viável em vários casos. Recomendo usá-la apenas em último caso.
Essa estratégia é basicamente você adquirir uma nova dívida com condições de pagamento mais atraente que a atual e usar esse dinheiro para pagar a velha.
Bom, já deu para entender como é simples. Mas todo cuidado é pouco. As condições de pagamento da nova dívida tem que ser boa.
Arrisco em dizer que, para essa estratégia ser vantajosa, a nova dívida tem que ser muito mais atrativa que a segunda. Geralmente é usado para quitações de cartões de crédito ou cheque especial, onde a taxa de juros são extremamente altas. Mais alta que um crédito pessoa física, por exemplo.
Você também pode optar pela portabilidade de dívida. Uma excelente ferramenta para usar na troca de dívidas.
A portabilidade de dívidas permite você “levar” a sua dívida para o banco que oferece taxas mais atrativas, mesmo se não for o banco de origem da operação.
A portabilidade é muito vantajosa e deve ser usada imediatamente caso perceba que um banco oferece melhores condições para o mesmo tipo de dívida.
Você pode verificar todas as regras de portabilidades de dívidas no site do Banco Central.
–> Banco Central: portabilidade de dívidas
Resumindo:
- Procure outras dívidas para quitar as que tem taxas de juros abusivas e são inegociáveis.
- Use o sistema de portabilidade para evitar de pagar mais juros do que o normal e escolher a instituição financeira mais atrativa.
Conclusão
Sair do vermelho não é uma tarefa fácil e muito menos rápida. É necessário disciplina, paciência e estudo para saber qual decisão tomar.
Lembre-se: um passo de cada vez.
Aqui nesse artigo de como sair do vermelho, você aprendeu:
- Como deixar seu orçamento em estado emergencial.
- Como as dívidas funcionam.
- Uma excelente ferramenta para evitar entrar em dívidas.
- Como reduzir gastos essenciais e desnecessários.
- Como maximizar a renda.
- Como priorizar a dívida certa para sair do vermelho.
- Renegociação, portabilidade e troca de dívidas.
E não esqueça: baixe a sua planilha de controle financeiro e não perca mais tempo!
Depois de fazer um diagnostico financeiro, para sair do vermelho e preciso controlar os gastos e cortar onde der — e mais facil comecar a cortar pelos gastos ligados a estilo de vida, leia-se superfluos, como TV a cabo a que voce mal assiste, assinatura de revista que ninguem le, etc.
Olá Misael,
Achei bem interessante o texto, algumas coisas eu já fiz e outras vou começar a por em pratica, tipo a escolha da dívida perfeita, achei bem legal e possível, tenho uma divida no cartão de credito e vou fazer essa técnica com ela. Obrigado e até mais.